INFORMAÇÕES SOBRE OS TRÊS LANÇAMENTOS DO LIVRO “UnB ANOS 70 MEMÓRIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL” (ALAMEDA EDITORIAL), EM BRASILIA, NO DIAS 26, 27 e 28 de JULHO



Estudantes da UnB

(Geração 70) revivem

em livro parte da história

da Universidade que está

comemorando 60 anos

UnB Anos 70 Memória do Movimento Estudantil” terá três lançamentos neste ano em que a Universidade de Brasília sedia pela quarta vez uma das 74 reuniões anuais da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), de 24 a 30 de julho.

O primeiro lançamento acontecerá na UnB-SBPC, dia 26 (terça-feira, a partir das 18h00, no Anfiteatro 9, no Minhocão), com debate dividido em duas partes. Uma com ex-estudantes da Geração 70 que se dedicaram à atividade parlamentar e outro com o Conselho Editorial.

O segundo lançamento acontecerá no Cine Brasília, na quarta-feira, 27 de julho, a partir das 18h00, com exposição, mostra de filmes e debate sobre “a UnB no Cinema” (com Vladimir Carvalho, Fernando Duarte, Maria Coeli Vasconcelos, Dácia Ibiapina, Maria Maia, Jimi Figueiredo, Marcos Mendes, Hélio Doyle, Lino Meireles, Antônio de Pádua Rangel, Caetano Cúri e o diretor da TV UnB, Rafael Vilas Boas).

O terceiro lançamento se dará no Beirute, o bar mais estimado e tradicional da cidade, e terá caráter festivo e celebratório. Início às 18h00.

Em todos os lançamentos haverá vendas (e autógrafos dos 40 autores) deste livro-coletivo, publicado pela Alameda Editorial (470 páginas, com mais de 70 fotos e colagens). Capa com foto de Kim-Ir-Sen Pires Leal, design de Fernando Travassos Falcoski. Apresentação de Renato Janine Ribeiro, professor de Ética da USP e presidente da SBPC. “Orelhas” assinadas pelo professor-e mérito da UnB e cineasta Vladimir Carvalho.

UnB Anos 70 Memória do Movimento Estudantil” tem organização de Maria do Rosário Caetano, com colaboração plena de Tereza Cruvinel, Carlos Megale, Davi Emerich, José Umberto de Almeida, Flávio Alberto Botelho, William Devoti, Luiz Antônio Nigro Falcoski, Walter Peninha e Marco Antônio Ribeiro Vieira Lima.

Meio século depois, estudantes
da UnB contam em livro como

lutaram pelas liberdades

Quase 50 anos depois, meio século, um grupo grande de ex-estudantes da UnB resolveu se reencontrar para lançar um livro sobre o movimento estudantil da década de 70, quando o então vice e depois reitor José Carlos Azevedo mantinha forte controle sobre a Universidade, resultando na expulsão, suspensão, prisão e jubilamento de centenas de alunos.

“UnB Anos 70 Memória do Movimento Estudantil”, com quase 500 páginas de texto e fotos, reúne depoimentos de líderes estudantis que desenvolveram atividades políticas de resistência à ditadura e a favor das liberdades democráticas, de 1970 até início de 1980. O foco principal das abordagens, entretanto, são os anos de 1975, 76 e 77, quando uma greve pela derrubada de Azevedo paralisou a universidade por aproximadamente um ano.

“Estamos resgatando a história do movimento estudantil da UnB dos anos 70, muito rica mas pouco abordada por estudos e depoimentos de seus verdadeiros protagonistas”, registra a coordenadora do livro, a jornalista e crítica de cinema, Maria do Rosário Caetano.

A geração dos 70 na UnB desempenhou papel importante no processo de superação do regime militar e na redemocratização do país. Das assembléias e dos corredores do Minhocão, desse imenso grupo de estudantes, sairam profissionais de reconhecimento público em diversas áreas, parlamentares, ministros, secretários de estado, músicos e artistas plásticos.

Segundo Maria do Rosário Caetano, a geração 70 da UnB é a prova maior de que a universidade pública forma ao mesmo tempo grandes profissionais e cidadãos comprometidos com a justiça social, as liberdades e o desenvolvimento nacional.
O lançamento do livro ocorrerá semana que vem, em Brasília, durante a reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em três eventos distintos, sempre a partir das 18h00: dia 26, terça-feira, na UnB, com debate no Anfiteatro 9; dia 27, quarta-feira, no Cine Brasília, acompanhado de exibição de filmes e debates com cineastas que tiveram a UnB como tema; e dia 28, quinta-feira, no restaurante Beirute, 109 Sul, quando haverá confraternização entre ex-amigos que não se veem há décadas.

Um projeto coletivo que resgata as lutas estudantis

na década de 1970

“UnB anos 70 – Memória do Movimento Estudantil” é resultado de um mutirão de colegas,
hoje sexagenários ou septuagenários, resgatando aquele período de resistência ao arbítrio,
em que muitos foram punidos com expulsões e suspensões, presos e enquadrados na
Lei de Segurança Nacional. Alguns nunca mais se viram desde então. A importância do
Movimento Estudantil na UnB, e em particular nos anos 1970, foi sempre obscurecida
pela forte luz que incidiu sobre a geração que o conduziu na década anterior, especialmente
em 1968, culminando na Passeata dos Cem Mil,

antes do advento do AI-5. Mas foi o
movimento estudantil dos anos 70 que elegeu a democracia como valor universal a ser
conquistado, reconstruiu a UNE e ajudou a impulsionar a grande frente da sociedade civil
que levou à Anistia e às diretas-já, e depois à transição possível em 1985. Este livro,
buscando construir uma memória coletiva

a partir de testemunhos pessoais, vem à

luz inspirado pela comemoração dos
60 anos da universidade e pela realização

da 74a. Reunião da SBPC em seu campus.

UnB e SBPC sempre foram sinônimos de compromissos inalienáveis com a ciência, a democracia e a liberdade. A Geração 70

compartilha esses mesmos compromissos.
(Texto da contracapa do livro)

APRESENTAÇÃO DE

RENATO JANINE RIBEIRO

A Universidade de

Brasília e a SBPC

Por Renato Janine Ribeiro 1

SBPC quer dizer, como muitos sabem, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – a qual realiza reuniões anuais, cada vez numa diferente universidade, todo mês de julho. Mas, pelo menos no tempo da ditadura, “ir à SBPC” queria dizer ir à Reunião Anual. E era assim que sempre usávamos seu nome: quando foi a SBPC em Brasília? Você esteve na SBPC, assistiu a que palestras? Embora a SBPC funcionasse – e continue funcionando – o ano todo, na defesa do que eu chamo o círculo virtuoso de ciência, educação, cultura, saúde, meio ambiente, tecnologia e inclusão social, com a Diretoria atuando até mesmo entre os feriados de Natal e Ano Novo, como foi no fim de 2021, na fala comum “a SBPC” são suas reuniões, tanto as anuais (e nacionais) quanto as regionais.

Brasília, 1976, foi um momento muito importante dessas reuniões, mas começarei falando de 1977. A Reunião de 1977 estava prevista para Fortaleza, mas o governo federal decidiu boicotá-la. Determinou que não houvesse recursos, bem como que os detentores de cargos de confiança não participassem do encontro. A notícia colheu o mundo científico com impacto, da noite para o dia. Ficou claro que não seria possível organizar a reunião como devia no prazo exíguo que restava. E foi então que a Reitoria da PUC de São Paulo, com o devido apoio desse grande homem que foi o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, ofereceu seu campus para o nosso encontro máximo. Por sinal, foi nesta ocasião que me filiei à SBPC.

Participei de uma assembleia na USP em solidariedade a ela, e no dia seguinte, assim que abriu a sede da SBPC, às 9 horas da manhã, eu estava lá, jovem docente de Filosofia, falando com Carolina Bori, que durante anos foi uma das marcas registradas de nossa sociedade e me inscrevendo como membro. E é claro que fui a muitos dos eventos da Reunião Anual da PUC.

Mas, voltando a Brasília. A capital do País era quase um palco da guerra conduzida pela ditadura contra o povo brasileiro e a inteligência nacional. A Universidade concebida pelo gênio de Darcy Ribeiro tinha sido esvaziada pelos golpistas de 1964. Mais que isso, o campus foi invadido em 1964, em 1968 e, ainda, em 1977. Estas, as grandes invasões, que permitiram um sem número de fotos com militares armados dentro do ambiente universitário, num contraste absurdo entre a força das armas e a das ideias. Queria-se, era óbvio, calar a inteligência, o conhecimento, o projeto de um Brasil justo e solidário.

E por isso é tão importante, ao completar o Brasil duzentos anos de sua independência e a UnB sessenta anos de sua criação, que a SBPC volte a fazer uma reunião anual em seu glorioso campus – ou, como as pessoas dizem, que a SBPC este ano “seja” em Brasília. O livro que tenho a honra de apresentar mostra momentos de luta corajosa pela democracia, regime político cujas qualidades jamais devemos esquecer. Parabéns a quem lutou, força a quem luta!

1. Presidente da SBPC. Professor sênior de Ética e Filosofia Politica na USP. Ministro da Educação do Brasil em 2015. Professor Visitante nas Universidades de Columbia (Nova York), Ca Foscari (Veneza) e Unifesp. Diretor de Avaliação da CAPES entre 2004 e 2008.

TEXTO DE

VLADIMIR CARVALHO (*)

(*) Professor emérito da UnB e cineasta:

Jovens pela liberdade

Os anos 70 podem ser classificados como a década da transição política no país. Em uma das pontas, o governo Médici, 69/74, o lado mais violento da Ditadura Militar; na outra, a chamada abertura política, no contexto da qual se adota o instituto da Anistia e são criados partidos com conteúdo de esquerda, entre eles o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido dos trabalhadores (PT). Um decênio recheado de perseguições e assassinatos políticos seletivos, mas também de forte resistência democrática que, aos poucos, corroeria os alicerces do regime que se instaurara em 1964 após golpear um governo constitucional.

Este livro, coordenado pela jornalista Maria do Rosário Caetano, é um registro, em forma de caleidoscópio e sem se preocupar com os rigores científico e histórico, desse emblemático período. Seus protagonistas: estudantes vindos de vários cantos do país que soltaram o grito, alto, a favor da vida pelos corredores, salas, restaurante, biblioteca, alojamentos, desvãos e gramados da Universidade de Brasília. Orgulho-me de ter sido professor de vários desses corajosos alunos. Como me alegra o coração por haver registrado, em meus filmes, partes da bravura dessa grande e utópica universidade, nascida do humanismo de Darcy Ribeiro.

Anos difíceis, mais difíceis ainda na UnB, então controlada por forças obscurantistas, à frente um conhecido militar que sempre desprezou o diálogo e a tolerância. Pelas páginas dessa obra coletiva dezenas de alunos e alunas avaliam e comentam seus sonhos, militância e fatos que rasgaram o véu do medo que dominava a sociedade brasileira, sem ressentimentos ou vaidade, apenas norteados pelo orgulho de exercer o dever maior de cidadania. O movimento estudantil da UnB da década de 70 se inscreve como uma gloriosa página da história brasileira, que jamais será apagada. Ele pegou o bastão heroico de luz dos estudantes de 1968, resistiu, repensou-se, reorganizou-se e o repassou aos anos 80 e às décadas posteriores na forma de avenidas abertas para se levar a democracia mais longe.

Cícero Dias, artista plástico pernambucano, modernista, compôs um quadro famoso, Eu Vi o Mundo, Ele Começava no Recife. Os estudantes da década de setenta na UnB também descortinaram um novo mundo e, com sua generosidade, quiseram mudá-lo, começando pelo Brasil. Só isso, nada mais. Uma coisa simples. Depois de mais de 50 anos, continuam querendo. UnB anos 70 – Memória do Movimento Estudantil é uma leitura obrigatória, sobretudo nesses tempos de ódio que pairam como uma sombra perigosa sobre nossas cabeças.

CARTA AO LEITOR:

O testemunho de uma

geração que lutou pelo

fim do autoritarismo

Maria do Rosário Caetano

A organizadora

Não lutamos para colocar “a imaginação no poder”, nem erguemos “barricadas do desejo”. Mas dedicamos nossos melhores dias à luta pela redemocratização do país. Depois do pesadelo trazido pelo AI-5, em dezembro de 1968, a vida nas universidades brasileiras passou a sofrer cerceamento jamais visto.

Nossa geração de estudantes, a pós-68 – a chamemos, pois, de Geração 70 – foi chegando cautelosamente ao belo e niemárico campus da UnB, buscando espaços de articulação e atuação coletiva.

A luta estudantil recomeçou na Faculdade de Medicina, nos primeiros anos da década, sob o horror mediciano. A mobilização foi ganhando corpo. E a semente brotou. O movimento estudantil renasceu.

1976 foi o “nosso 68”. Do curso de verão até as férias de dezembro, a UnB transformou-se em espaço de luta democrática, mesmo que no comando da instituição, gerida com pulso de ferro, estivesse um físico nuclear e capitão-de-mar-e-guerra, ligado aos quadros de informação e segurança das Forças Armadas.

Num frio mês de julho, o campus da Universidade implantada por Darcy Ribeiro sediou, pela primeira vez, uma reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). Os alunos participaram com interesse, entusiasmo e alegria febris.

Depois de reconstruir nossas representações estudantis e prepararmos as primeiras eleições para o D.U. (Diretório Universitário), sentíamos que um novo tempo se avizinhava. Só que ato de força da Reitoria suspendeu o pleito e expulsou sete colegas, líderes das duas chapas concorrentes. Mas a luta estudantil não arrefeceu. Só fez crescer.

Em 1977, greve que durou quase três meses transformou a UnB em escola de formação política. Assembleias imensas lotavam o Teatro de Arena, alunos reuniam-se todos os dias para pensar o Brasil, cantavam, dedicavam-se às diversas atividades artísticas, assistiam a debates históricos. Porém, mais uma vez, em julho, outro ato arbitrário: nova leva de expulsões. Dessa vez, eram 30, acompanhadas de igual número de suspensões. Mesmo assim, a luta prosseguiu. Dois anos depois, os estudantes construiam o DCE Livre. No ABC Paulista os operários metalúrgicos mostravam sua força. A sociedade lutava por Anistia e Eleições Diretas.

Quinze anos atrás, em conversa com a jornalista Bárbara Hartz, expulsa da UnB em 1976, prometemos uma à outra procurar nossos colegas da “Geração 70” para, todos juntos, escrevermos livro composto de memórias coletivas daqueles tempos. Os muitos afazeres, porém, nos dispersaram.

Com o enclausuramento provocado pela pandemia do coronavírus, a ideia voltou e dessa vez encontrou solo fértil. Por 13 meses, uma força vulcânica nos uniu. Mais de 40 ex-alunos da UnB na década de 70 uniram-se para narrar seu testemunho. Para jogar luz sobre momento tão importante de nossa juventude.

“UnB Anos 70 – Memória do Movimento Estudantil” é, pois, resultado desse mutirão de colegas, hoje sexagenários ou septuagenários, que não se viam desde as passeatas pelo campus, assembleias no Teatro de Arena, conferências da SBPC, aulas especiais nos anfiteatros do Minhocão. Ou, até, nos cárceres da Polícia Federal, força repressiva que manteve alguns deles presos por meses.

Para fertilizar nossos ânimo e paixão, duas coincidências se somaram ao projeto de “Memória Coletiva”: o sexagésimo aniversário da Universidade de Brasília (1962-2022) e a realização da septugésima-quarta Reunião Anual da SBPC, mais uma vez – a quarta – no campus dessa instituição, a UnB, que é nossa alma mater.

Nesse livro-coletânea, feito com paixão e generosidade, o leitor encontrará testemunhos diversificados (e até certa e inevitável redundância!), histórias sérias, mas também engraçadas; momentos difíceis, outros felizes; histórias de superação e luta. Conhecerá memórias dos grupos Oficina, Unidade, Debate Ação, Construção e Liberdade e Luta (Libelu). Histórias de prisões arbitrárias e da ação solidária de advogados (como Sigmaringa Seixas e Gerardo Grossi) e de parlamentares (como Chico Pinto, Alencar Furtado, Lysaneas Maciel, Airton Soares e Ronan Tito), que não mediram esforços para nos ajudar.

Conhecerá, também, histórias divertidas, como a de um “cavalo inteligente”, que ajudou uma estudante a livrar-se da polícia. Um “bode de despacho”, que matou a fome de um grupo de alunos famintos. Um fusca amarelo que foi emprestado a um líder estudantil e acabou detido (sim, além do estudante, o “fusquinha amarelo” também recebeu voz de prisão).

Um amigo, ao visitar colegas encarcerados, se encantaria com a atitude de uma senhora, verdadeira “mãe coragem gorki-brechtiana”, de origem proletária. Ela, ao contrário das outras mães, não verteria uma lágrima ao ver o filho atrás das grades. E ainda garantiria ao policial-carcereiro que o filho preso, “se fosse eleito presidente da República, daria um jeito nessa Nação”.

O leitor encontrará, nessa “Memória Coletiva”, atos de solidariedade de imensa grandeza: colegas que retiravam, de seu prato no Bandejão, um pedaço de bife, uma almôndega, um pouco de arroz, uma batata, alguns bagos da salada de vagem, uma fruta, um copo de suco ralo, o que fosse, para levar ao estudante que, lá fora, aguardava, uma refeição. Pois encontrava-se em situação financeira das mais difíceis.

Um acidente de carro, em outro momento de grande tristeza, interromperia a militância de um futuro geólogo nipo-brasileiro, de apenas 24 anos, que regressava de congresso estudantil e já encontra-se próximo a Brasília, na Região Geo-Econômica, num município da vizinha Goiás.

No campo da tragédia, o leitor vai deparar-se com a história do estudante de Medicina João Simplício Lopes Martins, que foi expulso da UnB por duas vezes. Primeiro pelo decreto-lei 477. Mudou-se para o Uruguai, onde conviveu com os Tupamaros. Cumpriu sua “pena” e regressou ao curso de Medicina. Depois, viria nova expulsão pelo Regimento Interno da UnB. Iria ligar-se, então, às lutas metalúrgicas. Regressaria, mais uma vez, à Universidade de Brasília, anistiado. No dia de seu quadragésimo aniversário, resolveu colocar termo à sua vida. Deixou como testamento um verso de Torquato Neto (“muito novo para morrer, muito triste para viver”). Simplício é um dos doze colegas relembrados no segmento “In Memoriam”.

“UnB Anos 70 – Memória do Movimento Estudantil” traz, além dos textos memorialísticas – sua razão de ser – artigo de Tereza Cruvinel sobre a história da Universidade de Brasília, de sua criação até o final da década de 70, Bibliografia Recomendada (e Consultada), Filmografia & Videografia com títulos que, primordialmente, têm a UnBr como tema, um Dossiê Fotográfico, acompanhado de perfis de lideranças estudantis e colegas que fizeram carreira parlamentar (caso de Erika Kokay, Paulo Bernardo Silva, o Paulão da Geologia, Augusto Carvalho, João da Sil va Maia, Antônio José Ferreira, o Cafu, e Arlindo Chinaglia, que se somam a Arlete Sampaio e Chico Floresta, estes dois presentes nas primeiras partes do livro). O Dossiê complementa-se com artigos esparsos (como o saboroso “Presente de Grego ou Para os Griecos?”, publicado, anonimamente, em jornal estudantil, nas frustradas eleições para o D.U., em 1976. Agora, com o nome completo de seu autor: Manoel Mosart Machado.

Nos Anexos, estão reunidos documentos importantes, que registram fatos de grande relevância na história dessa geração que sonhou com a redemocratização do país e lutou para tirar “um capitão” da Reitoria, sem imaginar que outro “capitão” se elegeria presidente da República e causaria tantos males às nossas (ainda frágeis) instituições democráticas.

Por fim, em nome de toda a equipe de “UnB Anos 70 – Memória do Movimento Estudantil”, queremos agradecer, de modo efusivo, à generosidade do fotógrafo Kim-Ir-Sen Pires Leal, profissional de valor singular, professor universitário e militante das causas sociais, que nos cedeu a foto que encapa nosso livro.

Além de sua aliciante beleza plástica, esta imagem tem, para nós, da Geração UnB 70, valor inestimável. Lotamos todas as palestras, debates e seminários da vigésima-oitava SBPC, em 1976. Quando não havia mais assentos disponíveis, os estudantes buscavam móveis nas salas de aulas e os utilizavam para alcançar as gretas de arejamento dos anfiteatros. Por ali viam e ouviam o que os convidados diziam e o que os alunos perguntavam.

Kim Ir-Sen, com rara felicidade, captou a calma de uma criança, que esperava o pai saciar, em condições as mais adversas, a sua imensa ânsia de saber.

IN MEMORIAM

. João Simplício Martins
. José Ribamar Oliveira

. Paulo Henrique Veiga
. Felício Sala Neto
. Jorge Gushiken
. Orismélia Mota Gomes
. José Carlos Teramussi

. Areolino Moreira Bonfim
. Hélio Lopes dos Santos
. Manoel Augusto Santos
. Paulo Sérgio Rezende de Almeida Galeão
. Roberto Caixeta Cardoso, o Taguá

. Wallace José Sesana

. Carlos Eduardo Jordão Machado

. SUMARIO

. Carta ao leitor – Por Maria do Rosário Caetano, a organizadora

. Por uma memória coletiva – Marco Antonio Ribeiro Vieira Lima

. A ditadura contra a UnB – Sonho, ultraje e resistência – (1960-1979) – Tereza Cruvinel

. A Geração 70 – Sueli Navarro, Chico Floresta e José Umberto de Almeida

PARTE I

Da Mobilização da Medicina

às expulsões de 1976

OS TESTEMUNHOS

. Uma geração que fez História na Medicina – Flávio Alberto Botelho, William Devoti e Eurípedes de Alvarenga Barbosa…….. pág.

. Depoimento de um estudante setentista – Gilson Dantas…………………………………………………………

. Luta pela democracia, anos de fogo e um fusca Amarelo – João Nogueira Fanuchi …………………………..

. Fragmentos – Maria Teresa Gonçalves de Sousa……….

. A Medicina na reconstrução do movimento estudantil na UnB – Carlos Geraldo Megale…………………………………….

. A ditadura e a UnB – Anos de chumbo… e de lutas. Eduardo Almeida Neto …………………………

Estudantes e professores contra o capitão da ditadura – Walter Peninha………………………………..

Com os pés na estrada – Davi Emerich …….

Eu faria tudo de novo – José Humberto Fernandes Rodrigues ………………………………………………..

Um olhar de hoje para o ontem do futuro – Carlos Michilis …………………………………………………………….

. Passado, presente e futuro – A luta por democracia não pára nunca – Arlete Sampaio……. pág

PARTE II

O Movimento Estudantil – A Greve de 1977, Prisões, Expulsões e Punições

OS TESTEMUNHOS

. E a greve não terminou – Florianita Coelho Braga……

. “Coração de Estudante” – Carlos Alberto Almeida…..

. A reconstrução política permanente na UnB dos Anos 70: “O importante é que a nossa emoção sobreviva” – Luiz Antonio Nigro Falcoski ….

. Fragmentos de uma memória estudantil na UnB nos Idos dos 70 – Michel Zaidan Filho ……

. Um diferencial de vida – Marco Antonio Ribeiro Vieira Lima………..

. No “quintal do Palácio do Planalto” – Júlio Gregório Filho …….

. De passagem – Rocine Castelo de Carvalho ………………

. Defendemos a UnB Chegamos ao Combate à Ditadura Militar – Hudson Cunha

. Na ditadura um cavalo inteligente me salvou – Evelyn de Oliveira Penna

. Militância, Memória e um Estudo sobre a Ditadura – Sergio Mascarenhas de Moura ………….

. Uma mãe coragem na Polícia Federal – Benedito Tadeu de Oliveira……………………………………………….

. Conceição Rodrigues (ExpoArte, Eliane Vieira, Ciça Fitipaldi e Carlos Eduardo Jordão Machado, o Cadu)

. Uma integrante da “massa avançada” viveu anos de intensa militância e paixão na UnB – Maria do Rosário Caetano…..

. Ingresso na cidadania – Maria Maia……………………………….

. Da base para a nova vanguarda – Tereza Cruvinel ……………

. O Reitor, a Conspiração e Eu – Alcides Bartolomeu Faria…..

. A Reconstrução dos Centros Acadêmicos e do DCE Livre – Zeke Beze

PARTE III

IN MEMORIAM

. João Simplício – “Muito novo para morrer, muito triste para viver” – Marília Martins de Resende, Anelino José Resende e Carlos Geraldo Megale

. Paulo Henrique Veiga – O arquiteto que lutou por moradia digna – Luiz Philippe Torelly

. Felício Sala Neto – Das montanhas de Minas para a militância na UnB – Por Ana Lúcia Tostes de Aquino Leite…….

.Orismélia Mota Gomes – Por Orlando Cariello

. José Carlos Teramussi – Zé da Roça, a alma do campo – Davi Emerich e Carlos Megale

>CASO DO BODE